Tem medo de exportar ou importar? Confira mitos e verdades

Ao mesmo tempo em que o comércio exterior é atraente graças às cifras que pode gerar

Ao mesmo tempo em que o comércio exterior é atraente graças às cifras que pode gerar, há algumas particularidades dos processos de importação e exportação que podem amedrontar empresas que pretendem se lançar no mercado externo. Para desmistificar alguns destes pontos, preparamos um bloco com alguns mitos e verdades sobre comércio exterior:

É obrigatório um volume mínimo

Mito. É possível operar com qualquer quantidade, mas é preciso ficar atento: quantidades muito pequenas podem encarecer demais o custo final do produto, inviabilizando economicamente a venda ou a compra. Tenha sempre em mente todas as taxas, impostos e despesas aduaneiras envolvidos.

No caso das compras, é possível fazer importações simplificadas até pelos Correios, pelo Importa Fácil. Quando se trata de contêineres, não é obrigatório trazer um contêiner cheio de apenas um produto. Pode-se contratar um espaço dentro de um contêiner, junto com outros importadores. É possível fazer, também, um mix com várias mercadorias diferentes que a empresa deseja importar. Se todos forem do mesmo fornecedor, a logística é mais fácil. Se forem de fornecedores diferentes de um mesmo país, será necessário consolidar as cargas e carregá-las dentro do contêiner para que todas saiam do mesmo porto.

É impossível operar sozinho

Mito. Tendo regularidade fiscal e habilitação junto à Receita Federal para operar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), qualquer empresa brasileira pode importar ou exportar. Mas as transações internacionais são sempre mais complexas que as domésticas e envolvem detalhes que podem passar batido para quem não está acostumado a realizá-las. Por isso, é recomendável procurar uma assessoria e começar com pequenos volumes para conhecer as particularidades do processo sem sobressaltos.

Prazo de entrega mais longo que no mercado nacional

Nem sempre. Embora os prazos costumem ser maiores por causa da logística marítima, em alguns segmentos ou tipos de produtos a entrega pode ser até mais rápida se comparada a uma mesma mercadoria encomendada de um fornecedor nacional. Esta variável tem relação com a maior capacidade industrial de um determinado fornecedor estrangeiro, por exemplo.  

Além disso, análises da Receita Federal que comparam estatísticas de 2018 e 2019 apontam um aumento na agilidade aduaneira brasileira. No ano passado, 92,86% das importações foram desembaraçadas em menos de 24 horas. Nas exportações, houve 54% de redução no prazo médio de exportação através do modal marítimo, passando de 13 para 6 dias. Outro dado interessante: o tempo médio de análise das exportações de carne caiu de 3 dias para 15 minutos.

Existe o risco de calote

Verdade. Para evitar este risco, recomenda-se sempre iniciar uma relação com um fornecedor ou comprador em pequenas quantidades. Também é importante buscar mecanismos de proteção e garantia de recebimento junto a bancos ou outras instituições financeiras. Outra dica é operar através de assessorias em comércio exterior que já têm experiência e acesso a certificações e informações sobre os clientes ou fornecedores estrangeiros. Estas empresas também conseguem prever situações de risco com mais precisão. No caso das exportações, pagamentos antecipados são uma excelente forma de se proteger contra calotes.

Devo sempre ter medo de lidar com empresas estrangeiras

Mito. Há caminhos para reduzir os riscos: obtenha sempre o máximo possível de informações do parceiro comercial antes de iniciar qualquer transação. Neste sentido, é muito importante fazer estudos para identificar os melhores mercados - características socioeconômicas, culturais, legais e fiscais de cada país-alvo devem ser levadas em consideração. Também fique atento aos acordos firmados pelo Brasil, o que pode impactar nos impostos de importação do outro país e reduzir custos para eventuais clientes, tornando sua mercadoria ainda mais atrativa para as exportações.

Outra recomendação é tomar conhecimento e seguir todas as regras do país estrangeiro. Procure se informar sobre órgãos, agências ou mecanismos regulatórios para não ter surpresas. Novamente, parceiros como as assessorias em comércio exterior podem ser um grande atalho quando se pretende começar a atuar no mercado externo.

É sempre mais barato importar

Mito. Dependendo do volume que se deseja importar, pode ser mais barato comprar o mesmo produto de um distribuidor brasileiro, que já fez a importação em quantidade maior e consegue repassar a mercadoria a um custo menor do que aquele que você teria se fosse importar.

Uma dica importante é o drawback, um regime fiscal aduaneiro especial que suspende ou isenta tributos incidentes em insumos importados quando estes são utilizados por empresas brasileiras na composição de produtos que serão exportados na sequência