Quer importar? Prepare-se agora para o pós-pandemia

Com a perspectiva de expansão no processo de vacinação contra a covid-19 no Brasil e no mundo

Com a perspectiva de expansão no processo de vacinação contra a covid-19 no Brasil e no mundo, o comércio exterior começa a atravessar uma fase de otimismo em relação ao segundo semestre de 2021. Embora as consequências econômicas da pandemia ainda demorem mais um pouco para se dissolverem, o setor acredita em uma crescente recuperação de fluxos comerciais e transações a partir de julho.

Neste contexto, é importante que as empresas brasileiras estejam preparadas para aproveitar com o máximo de eficiência, segurança e rentabilidade este momento de retomada. A regra de ouro nesta conjuntura, segundo Ricardo Kono, diretor da W.Brazil Trader, empresa de assessoria em comércio exterior, é se antecipar aos concorrentes para estabelecer bons contratos e lucrar com as oportunidades de negócio que já estão surgindo.

Supere a crise

Um primeiro passo fundamental para quem deseja importar é a mudança de mentalidade. De fato, a pandemia do novo coronavírus trouxe dificuldades financeiras, sanitárias e sociais, quebrando paradigmas e apresentando obstáculos nunca antes imaginados. No entanto, o momento é de superar a crise e trabalhar para encontrar oportunidades dentro das diversas mudanças promovidas em escala global.

“A expectativa é de que o dólar comece a cair no pós-pandemia, então estar preparado para importações é crucial para aproveitar essa valorização do real. Quando a normalidade estiver voltando, quem estiver preparado para usar o comércio exterior irá achar nichos de mercado que antes não existiam, vai melhorar processos produtivos, também vai encontrar alternativas de fornecimento, entre outros caminhos que se abrem. E isso melhora qualquer empresa”, projeta Kono.

Regularização de fornecimento e custos

A pandemia apresentou dificuldades para indústrias ao redor do mundo todo. Isso impactou direta e profundamente no supply chain de praticamente todas as mercadorias, algumas mais do que outras. Aqui no Brasil, certos setores sofreram com uma verdadeira ausência de matérias-primas. Algumas empresas que utilizam papel e demais derivados de madeira, por exemplo, ficaram sem abastecimento e precisaram recorrer a novos fornecedores para não interromper suas linhas de produção.

A boa notícia, segundo Kono, é que o processo de normalização destas cadeias já está em curso. “A pandemia trouxe muita confusão de preços, o custo de diversos produtos subiu absurdamente, outras mercadorias praticamente sumiram e diversas matérias-primas ficaram sem estoque. Faltou produto. Algumas fábricas tiveram que desfazer contratos de venda porque não tinham material para trabalhar. Esse cenário, no entanto, já ficou para trás. Nos próximos meses devemos assistir à progressiva regularização dos supply chains. Ainda vai demorar mais um pouco para voltar à normalidade que existia antes da pandemia, mas quem já estiver fazendo contatos antecipadamente e buscando fornecedores levará uma grande vantagem”, aconselha.

Outro dado animador diz respeito ao preço dos fretes, que disparou durante a pandemia e chegou a patamares inéditos. De acordo com Kono, os custos estão retornando a níveis mais interessantes para quem deseja importar. “Um contêiner que antes custava entre 1 mil e 4 mil dólares chegou a 14 mil dólares por causa das complicações logísticas desencadeadas pela covid-19. Hoje, o  preço ainda segue um pouco mais alto que o normal, mas em franca tendência de queda. Aquele frete que chegou a custar 14 mil já está retornando para 7 mil, o que fica próximo do teto que a gente tinha antes da pandemia”, afirma.

Prazos

Outra dica muito importante: entenda e se programe para os prazos envolvidos nas operações de importação. Em média, a compra de qualquer produto da China, o maior fornecedor do mundo, leva aproximadamente 90 dias entre o início da produção na indústria chinesa e a liberação alfandegária aqui no Brasil. “Este é o prazo desde antes da pandemia e não foi afetado. Então é importante que a empresa entenda que se ela quer ter um determinado produto em mãos no começo de julho, por exemplo, é preciso confirmar a compra no início de abril. A partir da efetivação do contrato, leva-se cerca de 30 dias na produção, entre 35 e 45 dias no trânsito marítimo e no máximo 10 dias na liberação nos portos brasileiros. Então a gente sempre trabalha com esse período de 90 dias para não termos qualquer contratempo. O planejamento é fundamental e se mostra sempre muito lucrativo para quem se prepara com antecedência”, garante Kono.

Por isso, estabelecer parcerias com assessorias em comércio exterior garante às empresas brasileiras segurança, agilidade e maior rentabilidade nos processos de importação, especialmente neste cenário de pós-pandemia e de novos fluxos e oportunidades.