O valor agregado das commodities brasileiras no exterior

Com o valor do dólar nas alturas as commodities somaram, de janeiro a setembro deste ano, 69,7% de todas as exportações.

Muitas pessoas só começam bem o dia depois de tomar um café expresso. Encapsulados, estão praticamente em todos os escritórios. Às vezes ele é acompanhado de um chocolate importado. Depois de saboreados, sim, hora de trabalhar.

Essa trivialidade rotineira traz consigo um paradoxo. O Brasil exporta café em grão e importa as cápsulas, assim como envia o cacau e recebe as barras de chocolate. A indústria pesada faz o mesmo percurso: exporta minério de ferro, por exemplo, e importa chapas de aço da China. Tudo, obviamente, com o devido valor agregado. Tanto tecnológico, quanto financeiramente.

Com o valor do dólar nas alturas, entre outros fatores, as commodities somaram, de janeiro a setembro deste ano, 69,7% de todas as exportações tupiniquins. Este crescimento é quase dez pontos percentuais se comparados com os números anteriores ao início da pandemia do coronavírus.

A pergunta não cala: os empresários brasileiros não possuem condições de agregar em solo nacional, tudo isso que importamos?

 

Investimento em tecnologia e conhecer exigências dos clientes podem ser um caminho

 

A resposta à indagação é simples, mas não tem retorno rápido. Para obter produtos diferenciados, urge investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. É preciso também estar atento às tendências, bem como tentar antecipar necessidades que as pessoas nem imaginam possuir. Isso envolve investimento em inteligência de mercado.

“Nós temos plenas condições de produzir tudo isso aqui no Brasil. Temos pesquisadores renomados, condições de fazer protótipos, testar aceitação no mercado”, analisa o diretor da W.Brazil Trader, Ricardo Kono.

Para o executivo, direcionar verbas para prospectar e desenvolver novidades e tendências é uma condição importante para se diferenciar no mercado. “Hoje as mudanças ocorrem de maneira muito rápida. A gente entende que as empresas precisariam ter um setor voltado exclusivamente para pesquisar e desenvolver novos produtos”, pondera Kono. “Este pode ser o caminho para não apenas se manter, mas, principalmente, ampliar mercados”, completa.

A W.Brazil Trader tem expertise em realizar trabalhos de benchmarking para auxiliar os empresários. “Muitas empresas estão finalizando o planejamento estratégico para o próximo ano. Entendo ser o momento apropriado para reservar verba para este tipo de investimento”, explica. “Muito mais rápido que os executivos pensarem, o retorno financeiro virá. É só não ter receio e aplicar recursos em pesquisa”, finaliza.