Índia: aumenta potencial de importação do agro brasileiro

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhões de habitantes. Fica atrás apenas da China.

Se você não faltou às aulas de História, ouviu o professor dizer que a descoberta do Brasil foi por acaso. Na verdade, a comitiva de Pedro Álvares Cabral almejava chegar à Índia. Já naquela época, o objetivo eram as trocas comerciais. Séculos depois, mudaram os produtos e a forma de barganha. O potencial de negociação, entretanto, seduz os investidores e pode encher-lhes os bolsos.

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhões de habitantes. Fica atrás apenas da China. O Produto Interno Bruto chega a espantosos US$ 4 trilhões. Não é por acaso a presença deles no BRICS, agrupamento onde estão com a China, Rússia, Brasil e África do Sul. Os “emergentes” totalizam 42% dos moradores do planeta.

O setor agrícola indiano emprega metade da força de trabalho, mas o resultado coopera apenas com 16,5% do PIB local. Ou seja: eles precisam alimentar o seu povo. “Segundo estimativa da ONU, a Índia poderá ultrapassar a China em número de pessoas até 2030. E por mais que invistam em tecnologia, não dará conta de prover o sustento de seus cidadãos”. A análise é do diretor geral da W. Brazil Trader, Ricardo Kono.

Além das especiarias tão cobiçadas pelos portugueses de outrora, a Índia tem plantações de trigo, arroz, algodão, cana-de-açúcar, entre outros. Grão de bico, gergelim, ervilhas e lentilhas completam o “cardápio”. “Além dos habitantes locais, muitas empresas têm se mudado para a Índia porque a mão-de-obra é mais atrativa”, destaca Kono. Segundo ele, a emigração de indústrias sediadas na China vem aumentando a cada ano.

 

Indianos não querem só comer...

 

A Índia é reconhecida mundialmente também pelo desenvolvimento tecnológico e farmacêutico, além de concentrar os serviços de atendimento ao clientes de grandes multinacionais. “Muitos call centers americanos estão em solo indiano”, lembra Kono.

Para o diretor da W. Brazil Trader, a Índia é um mercado a ser conquistado pelo agronegócio brasileiro. “Uma parte importante da população tem muito dinheiro, exige produtos de qualidade e está disposta a pagar por eles”, completa. “Sem contar que, por razões óbvias – a incapacidade de atender à demanda interna – eles são totalmente abertos para o comércio exterior”, pondera.

Ricardo Kono coloca a expertise da W. Brazil Trader para buscar os parceiros mais adequados para o negócio. “Temos que observar as diferenças culturais. Os empresários indianos são mais pragmáticos, objetivos e assertivos nas negociações”, orienta. Para Kono, o segmento do agronegócio brasileiro tem uma grande oportunidade de conquistar esse mercado totalmente pronto para ser explorado.  

Os indianos também importam muitas roupas e tecidos. Conhecem tendências, valorizam a reciclagem e produção sustentável. Ou seja: são muitas as possibilidades de começar a exportar. “Além de orientar, também montaremos a logística operacional, faremos a checagem da capacidade de pagamento para dar segurança aos nossos clientes”, finaliza.